Os quilombolas que estão acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Anil, iniciaram na manhã de ontem uma greve de fome. O protesto é realizado por 20 manifestantes que estão sob ameaça de morte. Eles estenderam colchões sobre o palco do auditório do Incra e seguravam cruzes com nome de lavradores assassinados em conflitos no campo. Para encerrar o protesto, o grupo reivindica a presença de representantes do Poder Judiciário e da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Como defesa da decisão radical, os quilombolas reclamam que há muito tempo tentam negociar com o governo maranhense, mas que nada é feito e enquanto isso, as pessoas morrem nos conflitos por terra. A presença de membros da esfera federal e do judiciário maranhense seria uma forma de pressionar por uma celeridade no atendimento das reivindicações. Os membros do movimento alertam que a greve de fome será encerrada com a presença das autoridades solicitadas, mas a saída do Incra só ocorrerá com a concessão dos títulos de terra.
Outra medida tomada pelos manifestantes durante o dia de ontem foi a presença de representantes do governo do estado na sede do Incra até que as pessoas ameaçadas de morte fossem incluídas no programa nacional de proteção às vítimas de ameaças e violações de direito, mantido pelo Ministério da Justiça. Os representantes do governo que estavam lá pela manhã aceitaram a proposta do grupo e foram liberados no início da noite uma vez que a SSP iniciou o procedimento para encaminhar ao Ministério a lista com 58 nomes de lideranças ameaçadas de morte.
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