sexta-feira, 10 de junho de 2011

Quilombolas estão fazendo grve de fome para exigir a presença da ministra da casa civil

Os quilombolas que estão acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Anil, iniciaram na manhã de ontem uma greve de fome. O protesto é realizado por 20 manifestantes que estão sob ameaça de morte. Eles estenderam colchões sobre o palco do auditório do Incra e seguravam cruzes com nome de lavradores assassinados em conflitos no campo. Para encerrar o protesto, o grupo reivindica a presença de representantes do Poder Judiciário e da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Almirandir Costa é um dos quilombolas em greve de fome. Líder da comunidade do Charco, no município de São Vicente Férrer, ele se transformou em um dos interlocutores dos mais de cem quilombolas que há onze dias estão acampados no Incra. “Somos ameaçados de morte, mas se vamos morrer de bala, é melhor morrer de fome”, avisou. Os grevistas prometem ficar o tempo que for necessário sem comer nada, apenas tomando água. Eles afirmam que já estão acostumados com a privação de alimentos.

Como defesa da decisão radical, os quilombolas reclamam que há muito tempo tentam negociar com o governo maranhense, mas que nada é feito e enquanto isso, as pessoas morrem nos conflitos por terra. A presença de membros da esfera federal e do judiciário maranhense seria uma forma de pressionar por uma celeridade no atendimento das reivindicações. Os membros do movimento alertam que a greve de fome será encerrada com a presença das autoridades solicitadas, mas a saída do Incra só ocorrerá com a concessão dos títulos de terra.

Outra medida tomada pelos manifestantes durante o dia de ontem foi a presença de representantes do governo do estado na sede do Incra até que as pessoas ameaçadas de morte fossem incluídas no programa nacional de proteção às vítimas de ameaças e violações de direito, mantido pelo Ministério da Justiça. Os representantes do governo que estavam lá pela manhã aceitaram a proposta do grupo e foram liberados no início da noite uma vez que a SSP iniciou o procedimento para encaminhar ao Ministério a lista com 58 nomes de lideranças ameaçadas de morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário